terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Banda carioca faz clipe com imagens de culto, ridicularizando Igreja Evangélica


Eu analisei todo o vídeo e só posso chegar a uma conclusão: foi falta de respeito sim. Primeiro porque a letra insinua uma possível incitação ao sexo, que não possui relação alguma com as imagens editadas dos cultos pentecostais e neopentecostais que foram apresentados. Segundo, porque exageros e modismos existem em qualquer instituição da sociedade e são praticados por pessoas que nem de longe podem representar a maioria dos evangélicos que existem no Brasil. Por último, esse tipo de hostilidade vai se tornar bastante comum no Brasil nas próximas décadas, principalmente porque sob a proteção do "politicamente correto" inúmeras pessoas irão exigir respeito para si, mas não para ridicularizar ou insultar os princípios da fé evangélica. O artigo foi escrito por Maurício Price, Pastor evangélico da Igreja Assembleia de Deus, mestre em Teologia, presidente do Diretório Estadual no Rio de Janeiro e Conselheiro Nacional da Sociedade Bíblica do Brasil. Ele também é membro da Academia Evangélica de Letras, médico pós-graduado, escritor, conferencista e radialista


Por Maurício Price

Causou-me espanto e repúdio a matéria intitulada “Banda carioca lança clipe com imagens de cultos evangélicos” cuja edição maliciosa e preconceituosa do vídeo da canção “Pélvis” do Grupo "Os Azuis" coloca os fiéis dançando ao ritmo do rock e expondo ao ridículo o que deveria ser no mínimo respeitado, quando não se é compreendido.
Permita-me dizer que não sou adepto da teologia da prosperidade, nem tão pouco compactuo com qualquer tipo de modismo neopentecostal contemporâneo. Aliás, abomino tudo aquilo que deturpa a simplicidade e pureza do Evangelho de Cristo registrado nas Sagradas Escrituras. Deixo isso aqui bem claro.
Embora, possa admitir que exista atualmente no cenário evangélico brasileiro uma real e histórica diversidade litúrgica e doutrinária entre as denominações evangélicas em nosso país, sinto-me também no dever de reconhecer que a maioria das igrejas evangélicas sérias desse país, tem preocupação com a coerência entre o discurso pregado e a prática vivenciada na vida dos fiéis. É sabido também que uma minoria não segue essa regra. Mas, como já disse, é uma minoria que não representa a grande totalidade da nação evangélica brasileira. Que isso fique bem claro!
Ora, a nação evangélica brasileira é um fenômeno populacional. Isso é inquestionável! Hoje, segundo dados do censo demográfico do IBGE (2010), os evangélicos já somam mais de 42,3 milhões de fiéis ou 22,2% da população brasileira. Logo, essa massa populacional usufrui também dos direitos e deveres de qualquer cidadão nesse país, independentemente de sua filiação religiosa. Parece-me que os autores do vídeo sarcástico que zombam daquilo que não entendem nem compreendem foram profundamente infelizes ao concluírem que o “vídeo é uma comédia”.
   O vocalista do Grupo Azuis, Greco Blue, afirma o seguinte: “ – Não fomos desrespeitosos em nenhum momento. Fizemos apenas um vídeo engraçado. Ninguém vai ficar ofendido”. Ledo engano. Aliás, são milhões de brasileiros que estão sendo ofendidos e afrontados por causa da sua fé e de sua religiosidade.



  Embora as cenas repetidamente exibidas não sejam a regra nas liturgias dos cultos evangélicos na maioria das igrejas do país, afirmo que  faltou prudência. Faltou respeito. Um vídeo claramente preconceituoso que incita a intolerância religiosa e zombaria.



Assim sendo, o conteúdo de tal vídeo é digno da manifestação de repúdio da nação evangélica nesse país, pois demonstra claramente uma “evangelicofobia” declarada e crescente em nosso país cada vez mais notória na mídia de massa. Permita-me lembrar que  a  Constituição de 1988  garante liberdade de fé e religião.  O artigo 5º da Carta Magna diz que "É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias."
É importante ressaltar que a fé protestante não compactua com manifestações de ódio e violência contra aqueles que não seguem o mesmo credo. Porém, é digno de ser mencionado que o povo evangélico brasileiro não é composto de cidadãos alienados e despreparados que aceitam facilmente manifestações preconceituosas e discriminatórias.
Ao contrário disso, a nação evangélica brasileira  acredita também que possuí o seu direito irrevogável e constitucional de defender e expor publicamente a sua fé conforme claramente subscreve  esse signatário.

PRICE, Maurício. Banda carioca faz clipe com imagens de culto, ridicularizando Igreja Evangélica. Disponível em: <http://www.olharcristao.blogspot.com.br/2013/02/banda-carioca-edita-clipe-com-imagens.html >. Acesso em: 12 fev. 2013.