domingo, 23 de março de 2014

A internet e a educação

Por Luciano Borges de Santana

Pessoalmente, considero que a internet é a mais revolucionária criação humana depois da escrita. Muito mais revolucionária do que a própria invenção da imprensa dos tipos móveis pelo alemão Johannes Gutenberg no século XV. Os primeiros códigos de escrita desenvolvidos na China, Índia, Egito e Mesopotâmia permitiram que ideias, ideais, sentimentos, valores, finanças, transações comerciais, acordos diplomáticos, descobertas científicas, mitos, discursos políticos, filosóficos e religiosos e o cotidiano das pessoas, fossem registrados e deixados como um testemunho para a posteridade, acerca da existência e dos fatos marcantes vivenciados por aquela sociedade, em um determinado momento da história. A imprensa de Gutenberg, também teve seu valor incalculável para a história, porque barateou os livros e diminuiu o tempo de fabricação das obras escritas. Com a invenção da prensa dos tipos móveis, um numero maior de pessoas puderam ter acesso ao conhecimento, que antes, por força das circunstâncias histórias, era restrito aos monastérios, universidades e alguns cientistas e pesquisadores particulares.

Mas, a internet supera tudo isso. A rede mundial de computadores, por exemplo, permite a uma pessoa entrar virtualmente em alguns museus do mundo, sem sair do conforto de sua residência. Informações são cotidianamente disponibilizadas na rede, possibilitando o acesso em tempo real aos acontecimentos mundiais. Se antes, a notícia quando publicada já corria o risco de estar desatualizada, com a internet ela é atualizada em tempo real. As comunicações nunca avançaram tanto no mundo com a chegada da rede mundial de computadores, onde qualquer programação de rádio e TV pode ser disponibilizada via streaming na rede, até mesmo para grupos e mídias de comunicação que não possuem emissoras ou rádios particulares. A internet também deu voz aos grupos ou segmentos marginalizados pela grande mídia, que não interessavam às grandes corporações ou ao próprio Estado de direito. Através da rede, esses cidadãos podem demonstrar suas convicções, criticar o que acham errado, questionar o "politicamente correto ou incorreto" ou se mobilizar para manifestações, passeatas ou campanhas de assinaturas virtuais. Claro, que a internet oferece riscos, sobretudo com a avalanche de vírus e golpes virtuais praticados na rede, além da disponibilidade de conteúdo com mensagens racistas, tirânicas e propagadoras do ódio e da violência.

Mas, foi no campo da educação que a internet deu uma colaboração sem precedentes na história humana. Livros, revistas, artigos acadêmicos, obras de referência, conteúdo jornalístico, vídeos, debates e reflexões estão disponíveis gratuitamente na rede aos cidadãos de todas as classes sociais. Cursos livres, técnicos, de graduação e pós-graduação formam brasileiros todos os anos, alcançando através da Educação a Distância ou do ensino semipresencial os rincões mais distantes do país. Não é possível mais ignorar o poder que essa ferramenta da comunicação humana alcançou para o nosso dia a dia. Talvez, essa seja a razão pela qual alguns projetos e discursos no mundo contemporâneo estejam agindo para impor limites e controles a internet livre.

sábado, 22 de março de 2014

Elitismo da missão integral

"A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo." (Karl Marx)

"A abolição  da religião como a felicidade ilusória das pessoas é a exigência para a verdadeira felicidade delas." (Karl Marx)

"A crítica da religião desilude o homem, fazendo com que ele pense, aja e molde sua realidade como um homem que descartou suas ilusões e recuperou seu juízo, para que ele então se mova em volta dele mesmo como seu próprio e verdadeiro Sol. A religião é apenas o Sol ilusório que gira em torno do homem contanto que o homem não gire sobre si mesmo." (Karl Marx)

"Precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas." (Vladimir Lenin)

"As bases filosóficas do marxismo, como Marx e Engels repetidamente declararam, é o materialismo dialético, que remonta totalmente as tradições históricas do materialismo do século dezoito na França e de Feuerbach (primeira metade do século XIX) na Alemanha - um materialismo que é absolutamente ateísta e positivamente hostil a todas as religiões. [...] A religião é o ópio do povo - essa máxima de Marx é a pedra angular de toda perspectiva marxista sobre a religião." (Vladimir Lenin)

"Marxismo é materialismo. Como tal, é implacavelmente hostil à religião como era o materialismo dos enciclopedistas do século XVIII ou o materialismo de Feuerbach. Não há dúvidas quanto a isso. Mas materialismo dialético de Marx e Engels vai além dos enciclopedistas e de Feuerbach, pois aplica a filosofia materialista ao domínio da história, ao domínio das ciências sociais. Nós devemos combater a religião - esse é o ABC de todo materialismo, e consequentemente do marxismo. Mas o marxismo não é um materialismo que parou no ABC. O marxismo vai além. Ele diz: Nós devemos saber como combater a religião, e em ordem para fazer isso nós devemos explicar a fonte da fé e da religião entre as massas de um modo materialista. O combate à religião não pode limitar-se a pregação ideológica abstrata, e não deve ser reduzido a tal pregação. Ele deve ser vinculado com a prática concreta do movimento de classe, que visa eliminar as raízes sociais da religião." (Vladimir Lenin)

"O mundo civilizado tem sido saturado com cristianismo por 2000 anos, e um regime fundado em crenças e valores judaico-cristãos não pode ser derrubado até que as raízes sejam cortadas." (Antonio Gramsci)

   Se as citações acima deixam claro o que pensa a esquerda e o marxismo sobre a religião, é difícil entender como alguns evangélicos entraram de "mala e cuia" na Teologia da Missão Integral. Esse artigo de Fabio Blanco é uma das maiores denúncias contra um novo e ameaçador câncer que procura sorrateiramente entrar no cotidiano da igreja de Cristo.

Por Fabio Blanco

Muitas vezes, o discurso de um grupo pode ser caracterizado, exatamente, pelo contrário de suas próprias atitudes. Enquanto berra aos quatro cantos que faz, acredita e defende algo, na prática age de maneira a negar, peremptoriamente, aquilo mesmo que apresentou como sendo sua bandeira. Isso é o que ocorre com a chamada Teologia da Missão Integral. Ela, que surgiu de um movimento que dizia ter como seus protegidos os excluídos, que lutava pela justiça social e que tinha uma preferência pelos pobres, não passa de uma ideologia, e como toda ideologia, mais fala do que faz.
Basta ver como os líderes da TMI ficam incomodados com a forma de atuar das igrejas pentecostais, estas, em sua grande maioria, inseridas nos bairros mais pobres das grandes cidades. Eles se incomodam com a ignorância teológica, com a falta de ordem, com as manifestações esteticamente feias, com a espiritualidade desvairada e com a total ausência de qualquer ideologia das “portinhas” que se abrem aos montes e que se autodenominam igrejas, ministérios, comunidades. Na verdade, os missionários da Missão Integral não suportam a pobreza da igreja brasileira, seu chão sujo e sua gritaria sem modos.
Se o pessoal da TMI diz amar os pobres, deveria começar amando os pobres domésticos da fé. Mas não! São capazes de fazer juras de amor a criminosos, a invasores de terras, a gayzistas declarados, mas não conseguem demonstrar um mínimo de misericórdia pela igreja pobre que, bem ou mal, vai se virando em meio à população mais carente. Só porque estas igrejas não têm ouvidos para seu discurso, pois sequer o entende e, com isso, acabam sendo mais conservadoras do que eles suportariam que fossem, não apenas as desprezam, mas criticam-nas impiedosamente. O que parece é que no mundo da ideologia evangélica esquerdista há pobres que são mais merecedores de compaixão do que outros.
Mas isso não acontece por acaso. Não se deve ignorar que todos os apóstolos da Missão Integral são burgueses. Nenhum desses pensadores veio do meio do povão. Nenhum deles é pobre, nenhum excluído. São todos homens abastados, com boa instrução e bons rendimentos, que escrevem de seus gabinetes climatizados, a partir de suas igrejas confortáveis. Por isso, o público que eles atingem é semelhante a eles: uma classe média evangélica, cansada da feiura da igreja brasileira. As pregações da TMI encontram receptividade em uma multidão de evangélicos que querem fugir do sufocamento promovido por uma igreja espiritual demais, preocupada demais com a santidade. O que eles querem é viver uma religiosidade light, sem sujar demais as mãos, principalmente com endemoninhados babões vomitando em cima deles.
Há até algumas obras assistenciais desses grupos, pois o discurso ficaria completamente no vazio se não as tivesse. Porém, observem como são quase todas obras oficiais, como de ONG’s, sustentadas, muitas vezes, com dinheiro público, com parcerias com o Estado e que existem mais para propaganda, mais para serem vistas pelos de fora. Os assistidos por eles são, invariavelmente, pobres distantes, que podem ser atendidos hoje, mas que permitem que o assistente volte para casa para limpar suas mãos em álcool gel. Quem fica com o trabalho sujo são os pastores de bairro, em sua grande maioria de igrejas pentecostais e neo-pentecostais, com sua teologia torta, com seu português errado e com suas loucuras espirituais, mas que estão libertando as pessoas das drogas, retirando jovens da vida criminosa, dando algum alento e esperança para o cotidiano selvagem da vida pobre nos rincões brasileiros.
Ninguém fez mais para a salvação de pessoas condenadas ao inferno da vida miserável do que as pequenas igrejas de bairro, onde não há espaço para ideologia, onde Karl Marx deve ser, no máximo, o nome de algum jogador gringo de futebol. Por isso, quando um representante da Teologia da Missão Integral escreve, direto de seu laptop de última geração, alguma coisa relativa a defesa dos pobres, isso me soa como absurdamente cínico.
Na verdade, a Teologia da Missão Integral é elitista. Seu cessacionismo, sua aversão às manifestações pentecostais e sua retórica empolada apenas colocam-na cada vez mais longe de onde estão aqueles que ela mesmo diz defender. Seus líderes dizem amar os pobres, mas jamais os vi dividindo seus bens com nenhum deles.

Fonte: BLANCO, Fabio. Elitismo da missão integral. Disponível em: <http://artigos.gospelprime.com.br/elitismo-da-missao-integral/>. Acesso em: 21 mar. 2014.

terça-feira, 4 de março de 2014

Fuga em massa

     Como havia prometido anteriormente, segue uma reportagem realizada pela equipe do suplemento dominical "Aurora", publicada no Diário de Pernambuco em novembro de 2013. Ela aborda o que todos já sabem: ser professor é uma profissão de risco. Risco de vida, de saúde, de agressão e de baixos salários e de uma exaustiva jornada de trabalho. O problema se torna maior porque a sociedade insiste em ver o professor como o indivíduo que apenas dá aulas e desconsidera que este profissional leva para casa, parte do trabalho que deveria ser feito no próprio espaço de trabalho.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Quero ser professor!

    A inocência das crianças é algo assustadoramente puro! A reportagem abaixo foi publicada no suplemento infantil "Diarinho", encartado todos os sábados no Diário de Pernambuco. A criança é um ser em formação e grande parte daquilo que elas professam é repensado ao longo da adolescência e da vida adulta. A opção pela docência que elas defendem muitas vezes é influenciada por alguém da família ou por algum grande professor que elas tiveram ao longo da vida. Mas, a realidade do trabalho pedagógico está muito além das aulas empolgantes ministradas por bons professores pelo mundo afora. Há uma parte da vida do educador que é ignorada pela sociedade e envolve planejamento de aulas, correção de provas, preenchimento de cadernetas, atendimento a pais ou responsáveis e formações continuadas. Na escola o professor ainda enfrenta uma estressante jornada de trabalho, o desinteresse de muitos alunos, a ausência da família em acompanhar as atividades pedagógicas do estudante, a burocracia estatal e o embate ideológico com segmentos sociais fora da escola, mas que querem valer sua influência dentro dela. O sonho das crianças é lindo e, sinceramente, não gostaria de vê-lo destruído. Mas, elas precisam ser conscientes de que a vida de quem opta pelo magistério não é nada fácil. Posteriormente, publicarei uma reportagem sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores e a desmotivação que atinge a categoria.

A escravidão no mundo contemporâneo

     Se você pensa que a escravidão acabou está muito enganado. Existem neste momento milhares de pessoas trabalhando em condições análogas à escravidão. As reportagens que se seguem foram extraídas de fontes diferentes, mas todas elas denunciam com veemência uma atitude condenada - pelo menos oficialmente - pela maioria dos povos no planeta. O editorial foi publicado em 2013 na Folha de Pernambuco. A primeira reportagem foi publicada na revista Aventuras na História (Dezembro, 2013) e a segunda foi publicada na revista Dossiê Superinteressante Crime Organizado (Janeiro, 2014). Em junho de 2014, inclui mais uma reportagem, desta vez publicada no Diário de Pernambuco (Março, 2014). Em março de 2015, a postagem recebeu uma nova atualização.



Sociologia do ateísmo

Geralmente os países nórdicos são apontados como o casamento perfeito entre avanços e conquistas sociais e o ateísmo. O artigo abaixo desmonta essa tese e mostra que o ateísmo vem diminuindo em favor do crescimento de um cristianismo fundamentalista. Entretanto, eu não sei o que o articulista quis dizer com o uso do termo "fundamentalista". Esse termo é utilizado com frequência de forma pejorativa, representando aqueles segmentos da sociedade que desejam impor pela força suas ideias, valores e convicções. Mas, quando o termo foi cunhado pelos cristãos norte-americanos designava algo totalmente diferente: aqueles que fundamentavam suas vidas na inerrante Palavra de Deus. Mas, vale a pena ser analisado.

Luiz Felipe Pondé

Semanas atrás, escrevi nesta coluna ("Quem Herdará a Terra?") sobre uma disciplina chamada demografia das religiões. A tese do autor em questão, Eric Kaufmann, é que os seculares têm muitas ideias, mas têm poucos filhos, e por isso em breve o Ocidente perderá em muito seu perfil secular.
Mesmo aqueles seculares que adotam a teoria da seleção natural de Darwin como visão de mundo, adotam-na apenas na teoria, porque na prática não o fazem: seleção natural, no limite, é reprodução; quem não reproduz desaparece. E as mulheres seculares são inférteis por conta dos valores individualistas que carregam.
Recebi muitos e-mails (não imaginei que esse assunto seria um blockbuster) e alguns me chamaram a atenção para um fato interessante: os ateus (que não são a mesma coisa que os seculares, porque posso crer numa inteligência organizadora do universo e não crer que ela seja Jesus ou similar, e viver sem referência a qualquer código religioso) creem firmemente que dominarão o mundo por meio da educação, das ciências e da tecnologia. Podem estar bem errados.
O ateísmo vem muitas vezes acompanhado de uma crença num processo histórico inexorável em direção ao ateísmo universal, uma vez dadas "educação e cultura" para todos. Esquece, esta querida tribo, que as pessoas, sim, fazem escolhas baseadas em modos distintos de valorar a vida e seus sucessos, e que, sim, muitas comunidades religiosas usam ciência e tecnologias da informação ao seu favor e com grande habilidade.
Antes de tudo, é importante reconhecer que a sociologia do ateísmo, sim, pode nos fazer crer, em alguma medida, que há uma relação entre alta formação cultural, boa educação universitária e "ateísmo orgânico", aquele tipo de ateísmo a que você chega por meio da escolha livre -e não porque algum regime totalitário (como o de Cuba) ou pais autoritários proíbem você de crer em Deus ou similar.
Mas o tema transcende essa teoria e é por demais importante para ser pego nas redes de "pregações" disso ou daquilo, pelo menos para quem acredita que a sociedade secular deve ser cuidada, mas não iludida com seus próprios fantasmas de sucesso no futuro.
Vejamos alguns dados dos pesquisadores Norris, Inglehart, Davie, Greeley, Bondenson e Peterson. Peguemos países estatisticamente apontados como possuidores de alta percentagem de ateus orgânicos da Europa ocidental:
Suécia: em 1999, 85% se diziam ateus; em 2001, 69%; em 2003, 74%; em 2004, 64%. De 1999 até 2004 há uma variação para baixo dos ateus assumidos.
Dinamarca: em 2000, 80% se diziam ateus; em 2003, 43%, e em 2004, 48%. Ainda que tenha havido um pequeno crescimento entre 2003 e 2004, a queda entre 2000 e 2004 é evidente.
Noruega: em 2000, 72% se diziam ateus; em 2003, entre 54% e 41%; em 2004, 31%. Também queda.
Finlândia: em 2000, 60% se diziam ateus; em 2001, 41%; em 2004, 28%. Também vemos uma redução dos ateus assumidos.
Entretanto, sabemos que pesquisas nem sempre são precisas e que seus métodos variam e, portanto, seus resultados podem não ser tão autoevidentes.
Esses países têm visto um número crescente de grupos cristãos fundamentalistas, mas o importante é entender que esse crescimento se dá, diferentemente do caso dos EUA, ainda sob grande discrição. Sem ruídos, mas com determinação.
O caso dos luteranos laestadianos finlandeses (comunidade luterana fundamentalista na vila de Larsmö) é de chamar a atenção.
A relação entre a fertilidade de suas mulheres e a das finlandesas seculares é a seguinte, respectivamente: 1940, dois bebês contra um; 1960, três bebês contra um; 1980, quatro bebês contra um. Em 1985, a taxa de fertilidade de cada grupo era 5,47 para as fundamentalistas e 1,45 para as seculares.
A maioria das instâncias de razão pública (tribunais, universidades, escolas, mídia) é, ainda, tomada por seculares. Isso nos faz pensar que o mundo é "nossa bolha".
Veja que, no Brasil, nem o poderoso movimento gay conseguiu derrubar o pastor Feliciano. O "lifestyle" individualista secular é autocentrado e dado a "causas do Face", e por isso não tem defesa contra mulheres férteis e homens determinados.

Fonte: PONDÉ, Luiz Felipe. Sociologia do ateísmo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2014/03/1420301-sociologia-do-ateismo.shtml>. Acesso em: 03 mar. 2013.

História recontada nos livros escolares

    Fico imaginando como será o ensino de história nos próximos anos. Que bandeiras ideológicas irão orientar os professores em sala de aula? Como abordarão temas relevantes para a sociedade brasileira tão multifacetada em opiniões, crenças, valores e convicções ideológicas? E com relação ao regime militar. Será que eles abordarão as contradições internas entre os guerrilheiros de esquerda, presentes também entre os militares? Será que reduzirão o período a uma abordagem simplista e maniqueísta apresentando aos seus alunos grupos caricatos e polarizados entre herois e bandidos? Será que quando falarem da "Comissão da Verdade", mostrarão que dois ex-guerrilheiros foram presos após o escândalo do Mensalão? Bom, são questões que os mais jovens ainda verão no futuro. E a reportagem coloco para todos discutirem.

sábado, 1 de março de 2014

Quando o palco vira um altar

O novo nascimento é uma das mais importantes doutrinas bíblicas pregada na maioria das igrejas evangélicas. Digo maioria, porque muitas igrejas já abandonaram essa doutrina em troca de um evangelho fácil, sem renúncia e dominado pelas teologias da missão integral ou da prosperidade. O novo nascimento nada mais é do que a conversão operacionalizada pela ação do Espírito Santo de Deus, gerando um novo homem no sentido espiritual e salvífico, bem como a transformação verificada na vida do indivíduo a partir do momento que ele recebe a Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador. Logo, é impossível uma salvação que não gere uma transformação, sendo também impossível que esta não seja perceptível diante daqueles que nos cercam.
Temos visto nestes últimos tempos inúmeras personalidades da música secular alegando uma conversão ao protestantismo. Entre altos e baixos, nos surpreendem algumas declarações dessas pessoas, algum tempo depois da alegada conversão, que fazem os demais evangélicos questionarem se ela realmente ocorreu ou se não foi um mero momento oportunista. Outra questão que também vem preocupando é a atitude de alguns desses cantores, que parecem apenas cantar músicas evangélicas ou para os crentes, quando sabemos que o verdadeiro louvor é "o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hb. 13.15).

Um dia revolucionário

     Pernambuco foi palco de muitas batalhas e revoluções ao longo de sua história. Esses conflitos até hoje despertam paixões e distintas visões ideológicas sobre qual dos lados no conflito tinha razão, sentimentos patrióticos, visões de mundo mais próximas das camadas populares etc. O guia abaixo é uma pequena parcela deste vasto mundo desenrolado no Estado.