Por Norbert Lieth
Em nossa época,
em que são abortados anualmente cerca de 50 milhões de bebês e o sangue de cada
um deles clama aos céus, queremos chamar a atenção para um relato que foi
publicado no boletim da associação médica européia "Medicina e
Ideologia". Que esse artigo toque os corações não somente de médicos, mas
também de mães, pais e políticos.
O menino no Natal
A cada Natal o
diretor da Clínica Obstétrica da Universidade de Heidelberg (Alemanha), o
catedrático Dr. Eymer, celebrava a festa do nascimento de Jesus com todos os
funcionários. No grande auditório a mesa de exames e os instrumentos estavam
cobertos com lençóis brancos.
O professor
sempre entrava no salão trazendo nos braços um bebê que havia nascido na clínica
nas últimas horas. Suavemente ele embalava o bebê de um lado para outro e
falava de maneira tão terna quanto o permitia sua voz grave e sonora:
"Porque um
menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e
o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz" (Is 9.6). Jesus, na noite
em que nasceu, não era em nada diferente deste bebê. Ele chorava e dormia, Ele
acordava e mamava no peito de sua mãe.
Ele viu a luz do
mundo, mas não como este bebê aqui, numa sala de parto com ar condicionado,
iluminado por luzes potentes. Certamente foi numa estrebaria semi-escura de uma
hospedaria superlotada que Jesus nasceu. Provavelmente também não havia
parteira para assistir a jovem mãe. Não podemos mais saber com exatidão os
detalhes do Seu nascimento, mas isso não muda o essencial. Quando mães dão à
luz a seus filhos, elas não podem saber o que será feito deles mais tarde.
Ninguém sabe o futuro do pequeno ser humano que embalo aqui nos meus braços. Nem
Maria sabia o futuro de seu bebê. Vocês sabem, estimadas enfermeiras e colegas,
que em nossa maternidade nascem centenas de crianças. Qual será o plano de Deus
para elas? Elas trarão alegrias ou preocupações a seus pais?
Perguntas desse
tipo certamente passaram pela mente de Maria enquanto embalava seu bebê
recém-nascido. Pois ela ficara sabendo, em um momento solene, através do anjo
Gabriel, que daria à luz um filho e que esse filho seria grande e até seria
chamado de Filho do Deus Altíssimo. Naquela ocasião Maria havia pronunciado o
seu "Fiat", o que quer dizer "assim seja", que ela estava
disposta a ser uma serva obediente a Deus. Anos mais tarde seu filho Jesus
também teve de dizer o seu "Fiat": "Pai, seja feita a Tua
vontade!"
Mas voltemos ao
Natal. Creio que Maria lembrou da hora em que o anjo lhe apareceu e que ela
estava certa de que Deus tinha planejado algo muito especial para essa criança.
Com certeza, porém, nessas primeiras horas após o nascimento, ela nem sequer
imaginava que a vida desse menino poderia ser tão curta. Ela não imaginou que
seu filho corria perigo de vida nem quando um idoso profeta lhe disse no
templo: "Também uma espada traspassará a tua própria alma!" Ela deve
ter pensado: Bem, todos os homens às vezes dizem coisas que os outros não
entendem, por que eu deveria levar tão a sério essa profecia?
Todas essas
coisas, minhas senhoras e meus senhores, nosso colega Dr. Lucas relatou em seu
Evangelho, onde falou da manjedoura, dos pastores e dos anjos. Amanhã vocês vão
ouvir isso nas igrejas. Certamente os pastores e pregadores sabem dizer muito
mais a respeito do Natal do que um simples professor de medicina como eu.
Mas peço que
atentem para isso, queridas enfermeiras e colegas: eu oro dia após dia por toda
criança nascida aqui. Eu peço ao menino Jesus de Belém, que se tornou nosso
Senhor e Salvador, que santifique essas crianças. Nunca esqueçam: cada pessoa
que vê a luz do mundo nesta terra é uma criatura de Deus, não apenas um parto
número tal em nossos registros. Cada recém-nascido é um milagre da vida, um
presente, a graça em pessoa. Pois quem de nós sabe quantos homens e mulheres,
que um dia se tornarão pessoas importantes, iniciaram suas vidas em nossa
clínica?
Essas palavras
nítidas e emocionantes de um médico a seus colegas e enfermeiras da sua clínica
deixam claro: Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, tornou-se homem como nós. Mas
como Filho de Deus Ele era sem pecado e por isso tinha condições de reconciliar
os homens com Deus. Em todos os festejos do Natal nunca deveríamos perder de
vista essa realidade maravilhosa, pois o doce menino de Belém e o homem coroado
de espinhos na cruz são a mesma pessoa!
LIETH, Norbert. A era do aborto e o natal. Disponível em:
<http://www.chamada.com.br/mensagens/aborto_e_natal.html>.
Acesso em: 23 dez. 2012.