Me surpreendi com as três opiniões editadas pelo Diário de
Pernambuco e publicadas na edição que se segue, em abril deste ano.
Diferentemente do que estamos acostumados a ouvir com frequência, todos os
articulistas fogem ao que posso denominar "lugar esquerdisticamente
correto". No primeiro artigo Carlos Alberto di Franco, destoa
abundantemente dos atuais analistas sociais que insistem em afirmar que o
grande responsável pela criminalidade e outros problemas sociais que atingem
grande parte da nossa juventude, seja única e exclusivamente as desigualdades
sociais ou a falta de oportunidades. Não que eles deixem de se fazer presentes,
mas o problema se soma a outros que são ignorados ou taxativamente combatidos,
como o esfacelamento da família, uma pedagogia omissa, o entretenimento sem
valores éticos e a vulgarização da autoridade.
No segundo artigo, Ednaldo Bezerra questiona o silêncio dos
militares diante das propaladas explicações esquerdistas para o que aconteceu
em 31 de março ou 1 de abril de 1964. Argumenta sobre a importância do exército
brasileiro e levanta novamente a polêmica do termo "ditabranda" usado
em editorial na Folha de São Paulo e que gerou muita controvérsia em 2009.
Por sua vez, Assuero Gomes encerra a lista dos três
artigos discutindo o surgimento e o desenvolvimento do mal na vida das pessoas,
se baseando sobretudo nas teses defendidas por Hannah Arendt. Para o
articulista, o mal pode atingir qualquer nação, começando a partir da baixa
estima das pessoas, passando pelos interesses governamentais, a concessão de
diversões, privilégios e outros benefícios que levam o indivíduo a enxergar a
democracia como "firulas da burguesia", tornando os governados
pessoas extremamente suscetíveis ao totalitarismo.
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