Por Luciano Borges de Santana
Pessoalmente,
considero que a internet é a mais revolucionária criação humana depois da
escrita. Muito mais revolucionária do que a própria invenção da imprensa dos
tipos móveis pelo alemão Johannes Gutenberg no século XV. Os
primeiros códigos de escrita desenvolvidos na China, Índia, Egito e Mesopotâmia
permitiram que ideias, ideais, sentimentos, valores, finanças, transações
comerciais, acordos diplomáticos, descobertas científicas, mitos, discursos políticos,
filosóficos e religiosos e o cotidiano das pessoas, fossem registrados e
deixados como um testemunho para a posteridade, acerca da existência e dos
fatos marcantes vivenciados por aquela sociedade, em um determinado momento da
história. A imprensa de Gutenberg, também teve seu valor incalculável para
a história, porque barateou os livros e diminuiu o tempo de fabricação das
obras escritas. Com a invenção da prensa dos tipos móveis, um numero maior de
pessoas puderam ter acesso ao conhecimento, que antes, por força das
circunstâncias histórias, era restrito aos monastérios, universidades e alguns
cientistas e pesquisadores particulares.
Mas, a internet supera tudo isso. A rede mundial de computadores, por
exemplo, permite a uma pessoa entrar virtualmente em alguns museus do mundo,
sem sair do conforto de sua residência. Informações são cotidianamente
disponibilizadas na rede, possibilitando o acesso em tempo real aos
acontecimentos mundiais. Se antes, a notícia quando publicada já corria o risco
de estar desatualizada, com a internet ela é atualizada em tempo real. As
comunicações nunca avançaram tanto no mundo com a chegada da rede mundial de
computadores, onde qualquer programação de rádio e TV pode ser disponibilizada
via streaming na rede, até mesmo para grupos e mídias de comunicação que não
possuem emissoras ou rádios particulares. A internet também deu voz aos grupos
ou segmentos marginalizados pela grande mídia, que não interessavam às grandes
corporações ou ao próprio Estado de direito. Através da rede, esses cidadãos
podem demonstrar suas convicções, criticar o que acham errado, questionar o
"politicamente correto ou incorreto" ou se mobilizar para
manifestações, passeatas ou campanhas de assinaturas virtuais. Claro, que a
internet oferece riscos, sobretudo com a avalanche de vírus e golpes virtuais
praticados na rede, além da disponibilidade de conteúdo com mensagens racistas,
tirânicas e propagadoras do ódio e da violência.
Mas, foi no campo da educação que a internet deu uma
colaboração sem precedentes na história humana. Livros, revistas, artigos
acadêmicos, obras de referência, conteúdo jornalístico, vídeos, debates e
reflexões estão disponíveis gratuitamente na rede aos cidadãos de todas as
classes sociais. Cursos livres, técnicos, de graduação e pós-graduação formam
brasileiros todos os anos, alcançando através da Educação a Distância ou do
ensino semipresencial os rincões mais distantes do país. Não é possível mais
ignorar o poder que essa ferramenta da comunicação humana alcançou para o nosso
dia a dia. Talvez, essa seja a razão pela qual alguns projetos e discursos no
mundo contemporâneo estejam agindo para impor limites e controles a internet
livre.
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