Confesso que o Sr. Mario Costeja González, tem todo o direito de
lutar por aquilo que acredita, acionando a justiça para rever uma posição que ele
considerava ser desfavorável a sua imagem. Mas, a discussão foi levantada e precisamos
refletir sobre ela. De que maneira a internet deve se comportar com minhas
informações quando expostas publicamente e com o meu consentimento, mas logo
depois ser obrigada a retirá-las de circulação, pois as mesmas informações agora
me colocam diante de situações constrangedoras ou vexatórias? É uma questão
muito difícil, pois a partir do momento que uma informação é tornada pública,
indexada em blogs ou nas redes sociais, fica muito difícil retirá-la de
circulação, sobretudo, porque atualmente existem mídias portáteis de
armazenamento extremamente potentes, levando as pessoas a multiplicarem conteúdos,
que podem aparecer em outros momentos, a partir do armazenamento desses dados.
Por outro lado, existe outra questão muito bem abordada pelo artigo: e se todos
começarem a solicitar o mesmo procedimento? Ou seja, a internet só tornará
público aquilo que interessar ao indivíduo? E se políticos e empresas
envolvidas em corrupção tomarem a mesma atitude, como ficará a web? Como o
cidadão e o público terão acesso às informações? E se governos aproveitarem o
mesmo procedimento para impor uma forma de censura aos seus cidadãos? São
dilemas para o século XXI.
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