domingo, 30 de outubro de 2011

As adversidades vividas pelos genuínos cristãos na presente Era

Por Luciano Borges de Santana

Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim (Mt. 24.9-13). Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus (Ef. 5.15-16). Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência (I Tm. 4.1-2). Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes (II Tm. 3.1-5). Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (II Tm. 4.3-4).

A Era que vivemos está imersa numa crise ética e de paradigmas que tem alcançado até mesmo diversas igrejas evangélicas e católicas. A globalização encurtou as distâncias entre os povos e a tecnologia avançou em todos os setores da existência humana. Mas, apesar de tudo isso, a paz é algo tão distante do homem, ao ponto dela ser pregada em diversos lugares pelo uso da força e da violência. Sempre existiram dias difíceis na história humana e nas relações entre Deus e seu povo. No Antigo Testamento Gideão foi chamado para livrar Israel da mão dos midianitas numa época dominada pela idolatria e servidão (Jz. 6.1,14). Assim como nos dias de Gideão, a idolatria tem se tornado algo comum e, associada com outros pecados como a violência e a promiscuidade, tem provocado guerras constantes em todos os sentidos. A moral é a ética foram dominadas pela corrupção e o meio ambiente tem sofrido as catástrofes provocadas pelo próprio homem. Assim como Gideão, Deus precisa de pessoas para fazer a diferença, lutar contra a corrupção, as práticas sexuais contrárias à palavra de Deus, a exploração humana e a crise de integridade na vida das pessoas. Para que isso possa acontecer é necessário que aqueles que genuinamente servem a Deus estejam na sua vontade e não se esquivem de defender a ordem ética e espiritual proposta pelo Senhor em sua Palavra.
Outras situações e personagens do Antigo Testamento também podem ser utilizados como uma descrição vívida do contexto deste mundo pós-moderno. Sansão (Jz. 16.1,18-19), reflete a vida de muitos cristãos que entregam os pontos diante das pressões exercidas pela sociedade. Suas vitórias foram vitórias de Deus, mas seus fracassos associam-se à escravização provocada pelo pecado. Um cristão preso à filosofia deste mundo ou ao seu modo de raciocinar sobre a eternidade e as coisas espirituais, não tem coragem ou condições de pregar contra ele. Já o profeta Elias aparece nas Escrituras apenas como "o tisbita, dos moradores de Gileade" (I Rs. 17.1). Seus dias foram difíceis porque a monarquia de Israel havia se corrompido e arrastado junto com ela o povo da aliança do Senhor. Acab era manipulado por Jezabel, uma mulher estrangeira que oficializou o culto a Baal no Reino de Israel. Acab e Jezabel tipificam muitas situações em nossas vidas onde práticas e conceitos precisam ser reavaliados se queremos de fato estar na vontade de Deus. Eliseu foi o sucessor de Elias, mas enfrentou um período difícil, tal qual o seu mestre se deparou (II Rs. 2.12-15). Davi também é outro personagem importante. No centro da vontade de Deus se mostrou um grande guerreiro ao vencer o gigante Golias, quando o adversário passou 40 dias arrazoando o exército de Israel, ou seja, tempo suficiente para derrubar o moral de qualquer exército do mundo. Todavia, muitos anos depois, quando se tornou rei em Israel, Davi sucumbiu ao abuso do poder, caiu em adultério e arquitetou a morte de um homem inocente (I Sm. 17.16,24,50-51; II Sm. 11.2-4,15,15-27). Mas as consequências de atitudes tão abomináveis foram sentidas logo depois na família do próprio rei: um de seus filhos estuprou a própria irmã (após ouvir os conselhos de um primo) e foi assassinado pelo irmão da jovem violentada. Este último, anos depois planejou um golpe de estado para derrubar o rei do poder e deitou-se com as concubinas do próprio pai! Não há como escapar: a adoção de um estilho de vida em rebeldia a Deus e sua Palavra, irá inevitavelmente conduzir os homens à ruína, trazendo outros também consigo (II Sm. 13.1-3,11,15,30-32; 15.1,15; 16.21-22). 
Mas os dias que vivemos também são difíceis, dentre tantos outros fatores, porque anunciam a volta de Jesus. São falsos cristos, falsos profetas, guerras, falta de justiça, fome, enfermidades, catástrofes naturais, falta de água, desequilíbrio ambiental, terrorismo e decadência ética e espiritual. Para muitos teólogos, a maioria evidência de que Jesus está voltando é o esfriamento do amor por Deus e a concentração nas coisas do mundo. Lamentavelmente, a volta de Cristo (que representa a maior esperança para todo o genuíno cristão), tem se tornado um assunto pouco apresentado em muitos púlpitos e cátedras. Muitas pessoas até se incomodam ao ouvirem sobre a realidade da volta de Cristo e não são raros os casos onde esse grande acontecimento é ridicularizado (II Pe. 3.3-4). Todavia a volta de Cristo será um evento real (At. 1.11), prometido pelo próprio Cristo (Mt. 24.30-31) e referendado na pregação da igreja primitiva (At. 17.31). Mas, se a volta de Cristo será um evento real, o que fazer para estar preparado para este momento? O primeiro requisito é a santidade na vida pessoal (Hb. 12.14). A Bíblia compara o encontro entre Cristo e o seu povo a um casamento, onde a igreja, como uma virgem pura estará preparada para o encontro com o noivo. (II Co. 11.2). Contudo, a santificação na vida pessoal só será possível se reconhecermos a guerra espiritual que se trava em nosso interior e convivermos com pessoas que também buscam a santidade de Deus (Gl. 5.16-17; I Co. 5.9-11; II Tm. 2.22). Os dias são reconhecidamente difíceis, mas o Senhor Jesus Cristo venceu este mundo e prometeu acolher e proteger o seu povo até a consumação dos séculos (Jo. 14.27; 16.33; Mt. 28.20).

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