sábado, 24 de janeiro de 2015

Da seca ao saque do capitalismo

    A greve da Polícia Militar realizada no ano passado foi de fato inesquecível não apenas pelos transtornos causados à população, mas também pelas cenas de selvageria que atingiram a Região Metropolitana do Recife, com saques organizados por populares, que em sua grande maioria não possuía qualquer antecedente criminal. A discussão sobre o que motivou as pessoas a fazerem isso (levando em consideração que muitos objetos roubados são bens de consumo duráveis, portanto não são gêneros de primeira necessidade), deve estimular algumas pesquisas e reflexões sobre o assunto. Mas, uma coisa se observou naquela ocasião e que deve ter estimulado muitas pessoas a refletirem sobre suas atitudes e a devolverem os objetos roubados: a exposição na mídia e nas redes sociais. Os saques foram exaustivamente filmados pela imprensa e por populares com apenas um celular ou câmera fotográfica na mão. Diversos vídeos viralizaram nas redes sociais expondo vizinhos, parentes e conhecidos ao ridículo, a execração pública ou à ação da polícia. Se o senso de impunidade pode ter estimulado alguns populares a agir no calor do momento, a divulgação de suas ações nas redes sociais e na internet os colocava em uma situação negativa ou vexatória perante os seus conhecidos. Talvez a melhor resposta para o problema tenha sido dada pelo delegado entrevistado pela reportagem. "Eu não quero chegar a conclusão que o povo brasileiro, além de mal educado, está numa degradação moral, mas os fatos indicam isso".

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