quinta-feira, 7 de abril de 2011

Os fundamentos doutrinários da igreja e o ensino bíblico ministrado pelo professor da Escola Bíblica Dominical

O estudo que se segue foi uma preleção feita por mim em 2010, em uma formação ministrada a professores do Departamento Infanto-Juvenil de minha igreja (Assembleia de Deus), aqui em São Lourenço da Mata, PE. Ele tem por tema central os fundamentos doutrinários que todo professor de uma Escola Bíblica Dominical precisa conhecer e as razões para que ele desenvolva uma vida espiritual impactante e o hábito de pesquisar e refletir sobre as ciências da Bíblia.

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Antes de começarmos a discussão de um tema tão importante para a vida da igreja, reflita alguns minutos sobre a história que se segue.

Prestes a enfrentar as maratonas do ENEM e do vestibular, bem como os exames finais para a aprovação do 3º ano do Ensino Médio, o jovem evangélico Pedro Paulo[1], 17 anos, encontra-se com seu professor de História Aureliano Pontes[2], um conhecido humanista, pervertido e materialista, entre os demais estudantes do colégio. Ao encontrar o jovem que regularmente freqüentava a EBD de sua congregação, o professor faz-lhe o seguinte questionamento: Se a Bíblia não traz em suas páginas a palavra “ficar” no sentido de namoro passageiro entre duas pessoas, por que você recusa os convites das garotas da escola, fazendo-se passar por um santarrão, arrogante e alienado? Perturbado com o conteúdo daquelas palavras e de certa forma embaraçado com a situação, Pedro Paulo, que conhecia o caráter leviano e duvidoso de seu professor, afirmou-lhe que não daria uma resposta naquele momento, mas consultaria uma pessoa de sua confiança sobre esse problema. O jovem, então, procurou o seu professor da EBD, sala dos juvenis, que lhe deu a seguinte resposta: Meu filho, simplesmente esqueça o que disse esse professor. Eu pessoalmente não sei explicar a questão que ele elencou, mas esse tipo de coisa é muito comum entre aqueles que estão caminhando para o inferno. Afinal, o “homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (I Co. 2.14). Apenas ore, para que ele possa se converter.

Apesar de fictícia, a história acima apresenta diversos problemas teológicos, espirituais, éticos e sociais. A questão levantada pelo professor envolveu uma situação-problema que um cristão maduro e experiente saberia facilmente responder; ao mesmo tempo revela como muitos jovens evangélicos, no dia-a-dia, não estão preparados para responder a altura os seus interlocutores em matéria de fé, credo e religiosidade. Confiando que seu professor da EBD teria as respostas para o seu dilema, o jovem se deparou com uma solução evasiva e desinteressante revelando como aquele professor possuía um conhecimento bíblico perigosamente superficial.
A Bíblia Sagrada como a inerrante, imutável e plena Palavra de Deus, apresenta um conjunto de doutrinas relacionadas à criação, o homem, a queda, o pecado, a morte, a salvação, a Trindade e as últimas coisas. Conhecê-las é algo necessário a todos os salvos, mas aqueles que ensinam a Palavra de Deus, além do conhecimento necessário à edificação comum, espera-se um maior aprofundamento, domínio e equilibro sobre o Livro de Deus.
As doutrinas bíblicas e suas relações com a ética e a filosofia: o ensino bíblico relaciona-se com a ética na medida em que estabelece princípios, desenvolve uma reflexão sobre eles e solicita ao homem que livremente os obedeça demonstrando sua gratidão com um Deus que é em sua essência a santidade perfeita. No que concerne ao mundo da argumentação filosófica, a própria fé cristã é também uma filosofia no sentido de possuir uma linha de argumentos para provar e defender aquilo que acredita. Mas, diferente da filosofia contemporânea que nega a existência de Deus como causa primeira, a filosofia cristã se apóia na Bíblia, reconhece a existência de um Criador e afirma ainda que ele se revelou, seja na Bíblia ou na Pessoa de seu amado filho. Isso não quer dizer que o cristão não possa estudar o raciocínio filosófico ou o conhecimento secular. Este é necessário também para explicar certas situações do comportamento humano ou da natureza de forma geral, e ajuda o cristão a entender a mente de quem professa sua fé em um sistema de valores baseados em alguma escola filosófica.
O ensino bíblico na igreja contemporânea: antes do advento do secularismo, do relativismo e da teologia liberal, a Teologia era considerada a rainha das ciências. O que se vê atualmente é uma preocupação demasiada com o discurso de um evangelho simples, descomprometido, sem engajamento nas grandes questões de nossa época e fundamentado excessivamente nas bênçãos materiais. O ensino bíblico contemporâneo em muitas denominações cristãs foi atingido pelo pragmatismo e pelo imediatismo, associados à acomodação dos membros dessas denominações de forma geral. Teólogos, doutores, pastores e líderes descomprometidos com a Bíblia, temem enfatizar verdades dolorosas ou trazer à luz princípios que venham a questionar o comportamento das pessoas em suas igrejas. Não é difícil de imaginar o que espiritualmente pode ocorrer com as ovelhas pastoreadas por pessoas que não acreditam na permanência de valores éticos e ensinos bíblicos adequados ao enfrentamento do discurso antibíblico do mundo contemporâneo.
A necessidade da doutrina bíblica: o ensino regular na igreja promove a organização dos conceitos bíblicos de forma mais sistematizada revelando para os salvos e não-salvos que o Cristianismo não é um amontoado de doutrinas sem sentido, como a criação e a divindade de Jesus, o pecado e as últimas coisas, o Céu e o Inferno, operado sem harmonia ou relações entre si. Além do mais, o mundo secular e não-cristão é dominado em suas instituições de ensino, imprensa, esportes e cultura por uma postura radicalmente contrária aos princípios cristãos. Todos os servos de Deus de forma geral são atingidos e a resposta de cada um deles a essa tendência vai estar relacionada ao ensino bíblico saudável que possuírem. Versículos isolados e descontextualizados não convencerão os nossos adversários, muito menos nos preparará para enfrentá-los. Também é necessário questionar aqueles que temerosamente afirmam ser o estudo das doutrinas bíblicas um entorpecedor da manifestação da fé ou dos dons espirituais. Isso só irá ocorrer se o ensino bíblico não for aplicado ao cotidiano, transformando-se em um conjunto de informações meramente intelectuais. O Senhor Jesus e os apóstolos ensinaram doutrinas (Mc. 4.2; II Tm. 3.10), a igreja primitiva vivia na “doutrina dos apóstolos” (At. 2.42) e os apóstolos estimularam o ensino da doutrina (II Tm. 4.2; Tt. 1.9). O próprio apóstolo Paulo previu um tempo, hoje vivido pelos cristãos, onde as pessoas “não suportariam a sã doutrina” (II Tm. 4.3) e exigiu que o bom obreiro manejasse muito bem a palavra de Deus (II Tm. 2.15). Logo, é possível perceber que há uma nítida relação entre o ensino das doutrinas bíblicas e o serviço eficaz do povo de Deus.
Conceituando os termos citados no Novo Testamento: a mais importante palavra grega relacionada ao ensino que aparece no Novo Testamento bíblico é didakê, que significa instrução, ensino, doutrina (I Co. 14.6; II Tm. 4.2; Mt. 16.12; 7.28). Como derivações diretas também aparecem as palavras didaskalia (doutrina, instrução, aquilo que é ensinado - Rm. 12.7; 15.4; Cl. 2.22; II Tm. 3.10; Tt. 1.9); didaktikós (qualificado para ensinar – I Tm. 3.2; II Tm. 2.24); didaktós (instruído, ensinado – Jo. 6.45; I Co. 2.13); didaskalos (mestre, professor – Rm. 2.20; At. 13.1; Lc. 9.38; Ef. 4.11; I Co. 12.28).
O conjunto dos ensinos bíblicos visa o crescimento, aperfeiçoamento, edificação e maturidade do povo de Deus (II Co. 11.2; Tt. 2.14). Como consequência direta do pecado e do plano do adversário de destruir a igreja, nem toda a doutrina têm sua fonte no Senhor. A doutrina pode ser humana (Mt. 15.9), demoníaca (I Tm. 4.1) e divina (Tt. 2.10; II Pe. 1.20-21; Jo. 10.35). A doutrina verdadeiramente bíblica regula a conduta humana (I Tm. 4.16; I Jo. 2.5), proporciona o entendimento sobre a salvação em Cristo (Rm. 10.17), santifica o salvo (Jo. 17.17; Ef. 5.26), constroi uma identidade no cristão na sociedade ímpia (II Jo. 1.9-10), habilita o crente para a obra (I Tm. 3.16-17) e promove uma conduta santa (I Co. 15.33; Hb. 5.14; 13.5). O estudo sistemático e organizado da doutrina cristã como revelação de Deus aos homens chama-se Teologia. Ela é a cabeça de um conjunto de ensinos que envolvem tudo relacionado à criação, o homem, o pecado, a salvação, os seres angelicais, a igreja e as últimas coisas. O conhecimento teológico tem nas Escrituras sua principal base de argumentação e procura promovê-las sem negar seu conteúdo doutrinário. Qualquer argumento teológico que promova o esfriamento da fé ou uma vida cristã descompromissada deve ser descartado como espúrio (Rm. 16.17; II Jo. 1.9-11; Hb. 13.9).
Acompanhando o raciocínio que foi anteriormente discutido no início desse texto, existem diversas escolas ou correntes teológicas, mas em um sentido geral elas podem ser agrupadas em três grandes grupos:
·            A teologia ortodoxa: é aquela que tem nas Escrituras sua única regra de fé e prática. Defende a inspiração verbal e plenária das Escrituras (II Tm. 3.16; Rm. 15.4) e sua natureza inerrante, divina e infalível (II Pe. 1.20-21; Mt. 5.18; Lc. 24.44).
·            A teologia liberal: para muitos o criador dessa corrente teológica foi o alemão Friedrich Schleimacher, que entre outros princípios relativizou a verdade pregada pelo cristianismo e descartava qualquer ensino bíblico que não pudesse ser explicada pela razão, incluindo as doutrinas vitais da fé cristã. Para os expoentes dessa escola, a Bíblia apenas contém a Palavra de Deus, logo, alguns de seus trechos são inspirados e outros não[3]. Na atualidade, o maior proponente desse discurso é o Jesus Seminar (Seminário Jesus) criado em 1985 nos EUA, por Robert Funk e John Dominic Crossan. O Seminário Jesus já chegou ao absurdo de anunciar que o Evangelho apócrifo de Tomé possui mais conteúdo histórico que o Evangelho de João, negando também uma série de acontecimentos narrados no Novo Testamento como a concepção virginal de Cristo e sua ressurreição.
·            A teologia neo-ortodoxa: surgiu como reação à teologia liberal, mas conservou muitos de seus argumentos, como a negação da concepção virginal de Cristo. Um ensino marcante dessa teologia é a subjetividade, que condiciona inspiração das Escrituras (A Bíblia só se torna inspirada quando se tem contato com o seu texto) e a relação com Deus (o Senhor não é conhecido através das doutrinas básicas da fé, mas através de uma experiência revelada ao indivíduo).
Seria possível ainda mencionar aqui outras escolas teológicas como a “teologia da libertação” e o “teísmo aberto”. Historicamente, preocupada em combater as heresias, a igreja cristã formulou credos simples, específicos e resumidos das principais doutrinas bíblicas, como uma forma de facilitar sua assimilação pelos novos convertidos. Há muitos credos na História da igreja. Os mais conhecidos são o Credo Apostólico (formulado nos princípios da fé cristã pelos pais da igreja primitiva, como uma provável resposta ao gnosticismo), o Credo Niceno (325), o Credo de Atanásio (381), o Credo de Caldedónia (451), a Confissão de Fé de Augsburgo (1530), a Confissão de Westminster (1648), a Confissão de Fé Belga (1561), a Confissão de Fé da Guanabara (1561) e muitos outros. 
Vejamos agora uma análise específica do credo doutrinário defendido por nossa igreja, algumas referências bíblicas e diversas heresias antigas ou contemporâneas que ele procura ao mesmo tempo combater.

O CREDO DOUTRINÁRIO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL
Cremos...
Heresias combatidas...
1. Em um só Deus, eternamente subsistente em três Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt. 6.4; Mt. 28.19; Mc. 12.29).
Sabelianismo: o herege Sabélio defendia que na sua concepção o Pai, o Filho e o Espírito Santo são nomes de três estágios ou fase diferentes. Ele era Pai na criação e na promulgação da Lei; Filho na encarnação, Espírito Santo na regeneração.
2. Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (II Tm. 3.14-17; II Pe. 1.21).
Teologia liberal: a Bíblia não é a Palavra de Deus, apenas contém essa Palavra.
Teologia neo-ortodoxa: a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas torna-se essa Palavra, na experiência subjetiva com os indivíduos, uma experiência de revelação.
3. Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is. 7.14; Rm. 8.34; At. 1.9).
Ebionismo: negava a divindade de Cristo (início do séc. II).
Arianismo: Negava a divindade de Jesus e sua existência eterna (séc. IV).
Gnósticos: Jesus era divino, mas não humano (séc. I-III).
Diversas heresias contemporâneas, desde seitas pseudocristãs a filosofias antibíblicas.
4. Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurá-lo a Deus (Rm. 3.23; At. 3.19).
Concepções humanistas contemporâneas como o evolucionismo, o materialismo e o existencialismo que atestam que o homem é essencialmente bom, que não existe o pecado, que os homens nascem bons, mas são corrompidos pela sociedade e que o próprio homem é o responsável pela resolução de seus problemas sem a necessidade de consultar alguma divindade.
5. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo. 3.3-8).
Judaizantes: afirmam que só a fé não é suficiente para a salvação, precisando o indivíduo se submeter às leis e preceitos do Antigo Testamento. Diversas seitas, escolas filosóficas e movimentos religiosos e esotéricos que negam a necessidade de conversão ou condicionam a salvação pelas boas obras ou a filiação à instituição.
6. No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At. 10.43; Rm. 10.13; 3.24-26; Hb. 7.25; 5.9).
Hedonismo: teoria que sustenta que o melhor ou mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga da dor, conceituando o pecado como “belo e natural, e o que é belo é correto”.
Movimentos contemporâneos, seitas e demais escolas filosóficas que negando a eficácia e a extensão do sacrifício de Cristo, afirmam que o homem evolui à medida que entra em contato com o seu “eu” interior.
7. No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus (Mt. 28.19; Rm. 6.1-6; Cl. 2.12).
Aspersão ou derramamento: batismo administrado pelo derramamento de água sobre a cabeça do candidato, sem a necessidade de imersão nas águas.
Movimentos e seitas contemporâneas que negam a fórmula batismal proposta em Mt. 28.19, confundido esse texto com a interpretação incorreta de outras passagens bíblicas como
8. Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fieis testemunhas do poder de Cristo (Hb. 9.14; I Pe. 1.15).
Antinomistas: defendem que a vida cristã não precisa se submeter a regras, pois agora estão livres para fazerem o que querem.
Teorias que negam a divindade, bem como a humanidade de Cristo.
Movimentos contemporâneos, seitas e demais escolas filosóficas que negam a necessidade do homem se preocupar com uma vida de santidade como condição inerente para agradar a um Deus que é inerentemente santo. Aqui podem ser incluídos todos os movimentos, grupos ou pessoas que defendem princípios éticos ou morais antibíblicos.
9. No batismo no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At. 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7; I Co. 14.1).
Teoria cessassionista: procura fazer uma associação entre batismo no Espírito Santo e recebimento do Espírito Santo por ocasião da conversão, o que biblicamente são duas coisas totalmente diferentes. Em outra situação afirmam que o batismo no Espírito Santo foi algo restrito apenas à era apostólica e que cessou após a formação do cânon. Outros defendem que as experiências pentecostais não passam de fanatismo ou emocionalismo.
10. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (I Co. 12.1-12; At. 2.39).
Teoria cessassionista: a mesma teoria discorda da atualidade dos dons espirituais e a sua extensão por toda a era da igreja. Seus defensores acreditam que as manifestações de poder e maravilhas no Novo Testamento eram transitórias e restritas para a expansão do evangelho aquele período.
11. Na Segunda Vinda premilenal de Cristo, em duas fases distintas. Primeira – invisível ao mundo, para arrebatar a sua igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda – visível e corporal, com sua igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (I Ts. 4.16-17; I Co. 15.51-54; Ap. 20.4; Zc. 14.5; Jd. 1.14).
Pós-milenismo: nesta visão, após uma crescente pregação do evangelho e da consequente aquisição das bênçãos e melhora moral, social e espiritual da raça humana decorrentes desta pregação, seria estabelecido o milênio, a partir do exato momento que a cristandade fosse maioria na Terra. Deste ponto após mil anos viria Jesus.
Amilenismo: segundo esta visão, não haverá nenhum milênio. Se houver um reino, ele está acontecendo agora, através do reinado de Cristo sobre a sua igreja. As condições de vida nesta era irão se deteriorar até a volta de Jesus. Ao retorno do Senhor se seguirá a ressurreição, o julgamento e a eternidade.
12. Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na Terra (II Co. 5.10; Rm. 14.12).
Teorias que negam a imortalidade da alma e uma futura prestação de contas por todos os atos que praticamos nessa vida.
13. No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap. 20.11-15).
Aniquilacionismo: teoria que ensina que no final de todas as coisas, o homem ímpio, Satanás e seus anjos serão aniquilados, ou seja, extintos, reduzidos a nada.
14. E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e da tristeza e tormento para os infiéis (Mt. 25.46).
Universalismo: ideia muito corrente na cultura popular, é uma teoria que ensina que no final de todas as coisas, o homem ímpio, Satanás e seus anjos serão “restaurados”, “perdoados”, ou seja “salvos”.

O professor, a ética cristã e o ensino bíblico: como instrumento de Deus para a promoção do ensino bíblico, o educador cristão precisa ser o exemplo para os alunos (Fp. 3.17; I Tm. 4.12) e preservar a doutrina bíblica sem alterações ou acréscimos perigosos (I Tm. 4.16; II Tm. 2.2; 3.14). Além do mais, o professor deve manter o respeito pelo ensino bíblico (Tt. 2.7), ser obediente (Rm. 6.17), possuir equilíbrio e firmeza (Ef. 4.14; Hb. 6.1), comunicar a sã doutrina (Tt. 2.1), promover equilibradamente o combate às heresias e ensinos fraudulentos (Tt. 1.10-11; II Tm. 2.24-26; Rm. 16.17) e nunca aceitar a introdução de doutrinas sem apurá-las com o rigor da Palavra de Deus (I Tm. 1.3-4; 6.3-5; II Ts. 3.6). 
Conclusão: o educador cristão é um cooperador de Deus e agente ativo no plano de conversão, crescimento e maturidade dos novos discípulos (Mt. 28.19-20; Ef. 4.13-14). A falta de zelo pelo discipulado e ensino bíblico produz muitos prejuízos à igreja, como o aumento do número de desviados, crentes enfraquecidos ou sem consciência exata daquilo que praticam ou devem evitar, pessoas facilmente manipuladas pelas heresias, igrejas sem paixão pelas almas, o avanço do secularismo e do materialismo entre os fiéis, apostasia espiritual, interpretações estanhas e equivocadas com relação à volta de Jesus ou outras doutrinas bíblicas. Portanto, estimado professor, desenvolva uma vida espiritual ativa e equilibrada, aperfeiçoe seus conhecimentos e seja consciente de que há uma grande recompensa para aqueles que ensinam e servem os santos (Dn. 12.3; Hb. 6.10). Só a eternidade irá revelar o resultado do trabalho incansável e abnegado de milhares de educadores cristãos de todas as épocas.

Referências:

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THIESSEN, Henry Clarence. Palestras introdutórias à Teologia Sistemática. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1987. 375 p.


[1] O nome é fictício. Qualquer semelhança com pessoas na vida real é mera coincidência.
[2] O nome é fictício. Qualquer semelhança com pessoas na vida real é mera coincidência.
[3] Friedrich Schleimacher também afirmou que “não há religiões falsas e verdadeiras. Todas elas, com maior ou menor grau de eficiência, têm por objetivo ligar o homem finito com o Deus infinito, sendo o cristianismo a melhor delas”. Ele não foi o único pensador dessa corrente teológica e esse grupo engloba ainda nomes como Paul Tillich, que negou a plena existência de Deus ao dizer que “Deus não existe... Deus não é um ser, mas um poder de ser. É o fundamento de todo o ser, porém, não é objetivo nem sobrenatural...”. Podem ser citados ainda Rudolf Bultman (para quem era possível crer em Jesus, mas não em sua concepção virginal e nos milagres do Novo Testamento, defendendo a ideia de que a Bíblia está cheia de mitos) e Pierre Teilhard de Chardin (simpatizante do evolucionismo teísta e defensor da ideia de que a Bíblia teria de se adaptar às descobertas científicas, onde tudo aquilo que não tivesse apoio científico deveria ser explicado à luz da contextualização histórica dos escritores bíblicos).

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